17 Oct
17Oct

Quem assiste ao noticiário já deve ter se deparado com a cotação do dólar e o índice do Ibovespa, não é? É muito comum ver nos jornais matérias relacionadas às ações negociadas, o índice da Bolsa de Valores, investimentos realizados no Brasil e informações da Nasdaq e Dow Jones, em Nova York, nos Estados Unidos.

Essas informações são apresentadas quase que diariamente nos jornais televisivos, e são de suma importância, já que se relacionam com a economia não apenas de nosso país, mas do mundo todo. Muitas pessoas assistem aos programas e se queixam da queda das ações, mas não sabem muito bem o que isso significa.

A princípio, a Bolsa de Valores é um local específico, onde são realizadas negociações financeiras de diversas maneiras. É um lugar de investimentos onde se espera ganhar muito dinheiro. Há negociações sobre ações, títulos de dívida, commodities, títulos futuros, e muito mais. A mais famosa delas é a Bolsa de Nova York.

Enquanto escrevo esse artigo, meu site de notícias informa que as ações da Ibovespa estão em alta, neste exato momento. Essa pode ser considerada uma ótima notícia para investidores brasileiros e internacionais. Vale ressaltar que as empresas que participam da Bolsa de Valores tem uma grande importância para a economia como um todo.

Ações

Cada empresa presente na Bolsa de Valores possui ações que podem ser consideradas uma parte, uma fatia da companhia, sendo possível comprá-la. Todavia, os investidores então detém alguns destes papéis que podem se valorizar ou desvalorizar. Eles são chamados de sócios ou então, de acionistas.

As empresas que possuem acionistas podem ser de capital fechado ou aberto, e são chamadas de Sociedades Anônimas (S.A). Desse modo, são as companhias de capital aberto que possuem ações negociadas livremente nas Bolsas de Valores do mercado financeiro em quase todos os países do planeta, girando a sua economia.

Analogamente, os ativos financeiros são negociados como em uma loja virtual ou física, que ao invés de comercializar produtos e serviços, compram e vendem um pedaço destas empresas a um determinado valor, dependendo do dia e horário. Essas pessoas se tornam proprietários de uma parte destas companhias.

O valor das ações estão interligados com o desempenho dessas empresas, se elas estiverem indo bem, provavelmente os ativos financeiros terão uma valorização. Aliás, os investidores apostam suas fichas nestas S.A.s para que possam ter o lucro devido, ou seja, eles procuram por companhias que possam ter bons resultados.

Empresas na Bolsa de Valores

No momento em que o investidor compra as ações de uma determinada empresa, elas  podem utilizar o dinheiro de diversas maneiras, como, por exemplo, comprar novos equipamentos, pagar funcionários, realizar pesquisas de mercado, e muito mais. Os sócios ficam com uma parte das companhias presentes na Bolsa de Valores.

Existem dois tipos de ações, uma ordinária e outra preferencial. A primeira dá direito aos sócios de votar nas assembléias, a segunda permite ao investidor obter um dividendo de maior valor ou adiantado. As ações possuem uma identificação com quatro letras e um número, como as ações da Petrobrás, por exemplo. Neste caso, as ordinárias se chamam PETR3 e as preferenciais PETR4.

A definição dos preços das ações se dá de várias formas. Quando uma empresa estreia na Bolsa de Valores, se dá a oferta Pública Inicial (IPO). É o momento em que ela se torna de capital aberto. Essa é uma forma de conseguir recursos, onde há uma consulta pública aos acionistas e seu interesse em comprar os ativos.

Vale ressaltar que depois dessa oferta inicial, no momento em que a empresa entra na Bolsa de Valores, suas ações deverão ser negociadas com valores relacionados à lei da oferta e da demanda. Em síntese, se houver muitos ativos financeiros disponíveis, seu valor será mais baixo, do contrário, um pouco mais alto.

História da Bolsa de Valores no Brasil

A Bolsa de Valores em nosso país possui uma história antiga, que remonta ao século XIX. A cidade do Rio de Janeiro se destacava, negociando a maior parte dos ativos do mercado de capitais no Brasil. Ao longo do tempo houveram várias transformações junto à economia nacional e ao mercado financeiro.

A Bolsa de Valores do Rio De janeiro teve sua fundação no ano de 1843. Outros estados formaram seu mercado de capitais em seguida. O problema é que durante esse período da história, não havia uma integração entre eles. Além disso, na época, a economia brasileira apresentou diversos desafios e obstáculos ao seu crescimento.

Em 1890 houve a criação da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). Após um período de grandes dificuldades, ela se tornou um dos maiores centros financeiros de todo o Brasil. Já no século XXI, em 2008, houve uma fusão com a BM & F e se tornou a maior Bolsa de Valores de toda a América Latina.

Criação da B3

No ano de 2017 a BM & FBovespa se uniu com a Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos Privados (Cetip). Dessa fusão se originou a B3, sediada na cidade de São Paulo. Desse modo, o mercado de capitais brasileiro se consolidou, negociando títulos, ações, derivativos, entre outros instrumentos financeiros.

A economia brasileira tem a B3 com grande importância, visto que ela mobiliza recursos para inúmeras empresas, torna o acesso ao crédito facilitado, e acaba por contribuir de forma expressiva para o país. A Bolsa de Valores passou por vários desafios, crises econômicas, mudanças de legislação, mas se mantém firme e resiliente.

Desafios e oportunidades para a B3

A Bolsa de Valores B3, como falado anteriormente, é a maior e mais importante de toda a América Latina e uma das maiores do mundo. Em seu futuro está à frente diversos desafios e oportunidades, como listado a seguir:

  • Aumento da participação de investidores estrangeiros
  • Desenvolvimento de novos produtos financeiros
  • Fortalecimento da governança corporativa
  • Integração com outros mercados globais
  • Adaptação às novas tecnologias, como a blockchain


Ademais, a B3 é considerada de suma importância para o mercado de capitais nacional, passando por uma grande evolução nos últimos anos, e se adaptando ao cenário econômico apresentado. Pode-se dizer que ela é um marco para o mercado de capitais brasileiro, e para a economia de nosso país.   

Bolsa de Valores de Nova York (NYSE)

Considerada como o principal símbolo capitalista de todo o mundo, a Bolsa de Nova York (NYSE) não é apenas um local onde se negociam ações de empresas. Pode-se dizer que ela é um dos pilares da economia dos Estados Unidos. Ela passou por várias crises e períodos de bonança, evoluindo junto ao sistema financeiro de todo o planeta.

A história da NYSE não é nova, remete ao ano de 1792, quando 24 corretores se reuniram em um tipo de árvore chamada de Buttonwood em Wall Street. Dessa forma, o grupo então assinou um acordo informal, chamado de acordo de Buttonwood, criando as regras para a negociação de ações na cidade de Nova York.

Durante o século XIX a NYSE cresceu, se tornando o principal centro financeiro americano. Houveram mudanças ao longo do tempo, acompanhando o desenvolvimento econômico do país. Na crise de 1929 houve uma Queda da Bolsa, causando a Grande Depressão, uma das maiores crises econômicas de todos os tempos.

Depois dessa crise de enormes proporções, a Bolsa de Valores de Nova York passou por inúmeras transformações. Enfim, houve uma reconstrução do mercado de capitais norte-americano seguido por uma modernização, com novas regras e regulamentação para se evitar problemas semelhantes no futuro.

Inovações tecnológicas

A NYSE passou por uma revolução tecnológica a partir da metade do século XX. Houve o desenvolvimento de sistemas eletrônicos de negociação, aumentando a eficiência e a liquidez do mercado de capitais. Com a globalização, a Bolsa de Valores tornou-se um mercado em expansão, com empresas de diversas nacionalidades.

Houve uma integração de vários mercados financeiros, com a NYSE, em todo o planeta, tornando-se a maior Bolsa de Valores do mundo. Houveram várias fusões, expansão para outras regiões, oferecendo diversos produtos financeiros. Com um investimento tecnológico, passou-se a ser negociado criptomoedas, a partir da chamada blockchain.

Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq

Os principais índices da Bolsa de Valores de Nova York são o Dow Jones, S&P 500 e o Nasdaq. Cada um deles se relaciona com um setor, com um tipo específico de mercado. As empresas que possuem ações estão incluídas em um destes índices, sendo negociadas pelos investidores na NYSE no seu dia a dia.

Todavia, o índice mais antigo de todos é o Dow Jones, sendo composto por 30 grandes companhias norte-americanas de setores diversos. Podemos destacar empresas relacionadas à indústria, finanças e tecnologia. Em muitos casos ele serve como um importante indicador da economia dos Estados Unidos.

Um índice mais amplo é o S&P 500. Ele é composto por cerca de 500 das maiores empresas de capital aberto norte-americanas. Através desse índice, é possível obter uma visão completa do mercado dos EUA,. Isso se deve ao fato de que estão inclusos companhias de diversos setores econômicos, de vários tamanhos.

Já a Nasdaq se tornou conhecida mundialmente a partir do avanço tecnológico no final do século XX e início do século XXI. Neste índice estão presentes empresas do segmento consideradas gigantes do mercado, como a Apple, Microsoft e a Amazon. Ele pode ser utilizado como um bom indicador do desempenho do setor.

Empresas brasileiras no NYSE

A Bolsa de Valores de Nova York é considerada um dos maiores mercados financeiros do mundo. Sendo assim, diversas empresas brasileiras estão presentes negociando suas ações. Há uma procura por uma maior visibilidade internacional, acesso a um maior volume de capital e conexão com investidores globais.Confira abaixo a lista de algumas companhias que estão na NYSE:

  • Setor financeiro: Itaú Unibanco, Bradesco, Nubank
  • Setor industrial: Gerdau, Vale
  • Setor de energia: Eletrobras
  • Setor de tecnologia: VTEX


A tendência para o futuro é que cada vez mais empresas brasileiras procurem pela Bolsa de Valores de Nova York. Há atualmente uma busca por uma internacionalização da economia nacional e maior acesso a capital. Entretanto, esse não é um caminho fácil, deve haver um planejamento e avaliação dos riscos e benefícios.

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