Desde a antiguidade a humanidade contou uns com os outros para poder sobreviver neste mundo. Os homens das cavernas saiam para caçar juntos. Com o advento da agricultura, pessoas se juntavam para plantar as sementes para a próxima safra. Antes uma aldeia, ela se transformou em uma cidade, depois estado, em seguida em um país.
Atualmente, pode-se dizer que vivemos em uma aldeia global, com pessoas se conectando ao redor do planeta. Nós dependemos de outros indivíduos para tudo, o computador em que estou escrevendo este artigo foi feito por alguém, a escrivaninha também, você está lendo este texto, alguns programadores desenvolveram a rede social que está usando.
Claro, existe aquele monge lá no Tibet, que decidiu se afastar da sociedade e passar cinco anos meditando sozinho dentro de uma caverna, ou um ermitão que quis se afastar da sociedade e das pessoas. Em um ponto de vista mais positivo, aventureiro, tem o Amir Klink que viajou com seu barco para as águas geladas da Antártica sozinho durante meses.
Mas mesmo o guru tibetano, e o aventureiro, tiveram pessoas que o apoiaram nesta iniciativa de um jeito ou de outro (tirando o maluco do ermitão). De fato, o ser humano é totalmente sociável, ele construiu sua civilização baseada nesta premissa: Precisamos uns dos outros, e ela evoluiu da maneira espetacular na qual vemos hoje.
Uma pessoa que deseja ser feliz deve buscar vínculos com outras, se sentir parte de um grupo, seja de futebol, espiritual, de gostos musicais, de hobbies, enfim, indivíduos com os mesmos interesses e aspirações. Eu ainda não estou falando de trabalho e empreendedorismo, mas vamos chegar lá!
O isolamento social, a solidão, podem trazer inúmeros malefícios à pessoa, inclusive doenças mentais. No Japão em 2024, houve um recorde entre jovens estudantes solitários que se suicidaram devido a pressão e isolamento social, foram 527 casos. Para essas pessoas o problema é mais sério e é necessário a ajuda de um psiquiatra ou psicólogo.
A internet nos trouxe uma conexão virtual sintética, podemos conversar com muitas pessoas, ter milhares de amigos nas redes sociais. Mas nenhuma é realmente forte o suficiente para suprir nossa necessidade de vínculos emocionais. Mesmo com todos os benefícios, a rede mundial de computadores traz alguns perigos.
Uma pessoa para ser sã possui a necessidade de interagir com o mundo, ter apoio dos familiares, dos amigos, colegas, da comunidade onde vive, das pessoas que estão à sua volta. Para muitos jovens essa é uma tarefa hercúlea, visto que os casos de depressão cresceram nos últimos tempos, deixando-as no sofá, todos os dias sozinhas vendo TV.
Todos possuem seus sonhos e objetivos a serem cumpridos, mas ninguém faz nada sozinho. Esses jovens chamados Couch Potatos (batatas de sofá) também querem vencer na vida, mas não sabem como sair da inércia. Novamente,a ajuda de um profissional é necessária. Vale ressaltar que a Covid-19 aumentou o caso dessas pessoas.
O lockdown do Coronavirus também mudou a maneira como trabalhamos, exercemos nossas profissões no conforto de nossas casas, mas as interações sociais reduziram-se drasticamente. O profissional autônomo muitas vezes não sabe como arrumar mais clientes, ele se volta para a internet e procura desesperadamente por uma luz ao sol.
Os funcionários públicos já estão inseridos em um ambiente de socialização, elas possuem a vantagem de ter empregos seguros, e podem construir relacionamentos com seus colegas duradouros, são um time pronto para servir. Nestes ambientes percebe-se uma maior facilidade em fazer amizades, vínculos verdadeiros com colegas.
Na iniciativa privada as coisas são um pouco diferentes, os profissionais querem se destacar ao máximo e muitas vezes puxam o tapete de seus colegas, acabam sozinhos no canto do escritório e perdem seus empregos. Já o gestor empresarial, o chefe, é mais solitário, ele delega as tarefas, faz com que todos lutem pelos objetivos do negócio, mas o rei é solitário.
O Microempreendedor Individual (MEI), no início de sua empresa também está só, poucos clientes, parceiros, o que ele possui é uma ideia em sua cabeça, uma atividade que gosta e acredita que pode ajudá-lo a ter sucesso. O desempregado busca de todas as formas evoluir, faz cursos, vai a palestras, mas sabe no fundo que o chamado QI (quem indica) é necessário.
No mundo corporativo o contato entre as pessoas é essencial, traz novas experiências, insights e know-how. O vínculo concreto entre indivíduos traz ótimos benefícios, pode ser uma indicação para uma vaga de trabalho, um novo fornecedor, um auxílio em momentos emergenciais, a possibilidade de uma parceria, e até mesmo uma amizade.
O Networking (rede de trabalho) são ações que fazemos em nosso dia a dia para fortalecer e criar novos laços entre as pessoas, seja a nível profissional ou pessoal. Ele ajuda a criar e manter relacionamentos benéficos ao indivíduo. É um elemento indispensável para o desenvolvimento de uma carreira profissional ou na gestão de um negócio.
Para que se consiga criar vínculos profundos com outras pessoas, o ideal é que se faça uma abordagem honesta, não pensando apenas nos benefícios de conhecer aquela ou outra pessoa, mas como você pode auxiliá-la de alguma maneira. Deve ser um jogo de ganha-ganha, ou seja, trocar experiências, oferecer ajuda, se tornar um amigo.
A confiança entre as partes deve ser mútua, deve haver um propósito. Ao praticar o networking é preciso pensar em relacionamentos sustentáveis ao longo do tempo. A rede de contatos, ao ser ampliada, precisa ser mantida, conversando, trocando experiências e fazendo novos negócios. A regularidade das conexões é amplamente necessária.
Você não deve apenas pedir favores a seus contatos pessoais e profissionais, ao auxiliar uma pessoa, você irá criar uma forte tendência a ser ajudado. Ambos os lados irão se desenvolver, terão novas oportunidades pela frente, seguirão firmes em seu propósito, contando com outros indivíduos que buscam o mesmo que você.
As ações de networking devem ser realizadas de maneira regular, no seu dia a dia, não apenas no ambiente profissional, mas também no pessoal, pois você nunca sabe as oportunidades que possam surgir em termos da vida diária. Converse no seu dia a dia com o maior número de pessoas, pode ser até mesmo o caixa do supermercado!
No caso profissional, é senso comum participar de eventos sobre a área em que atua, como seminários e workshops. Neste caso converse com todos, e leve seu cartão de visitas. Se você utilizar as redes sociais de forma prática e com um objetivo determinado, elas podem também ser benéficas, mas lembre-se, estas conexões servem para levá-lo ao contato no mundo real.
O autoconhecimento é essencial para uma boa construção de relacionamentos. Ter a mentalidade correta também ajuda, além da preparação e pesquisa antes de ir a algum evento. Conhecer o mercado é o mais indicado, saber do que você está falando, mostrando que possui um certo know-how, sem parecer prepotente.
É preciso ser humilde e escutar o ponto de vista da outra pessoa, oferecer ajuda, e, no momento certo, pedir por algum auxílio. Acredito que um ponto vital no networking é a troca de experiências. Você pode ser um gestor empresarial conversando com um concorrente, mas de certa forma, ele é seu amigo, está no mesmo setor.
Com cautela, conheça sua rotina, seus sucessos, objetivos conquistados e fracassos. Faça o mesmo por ele. Não é abrir a porta de sua empresa, mas sim conhecer como funcionam os processo e operações, a conquista de novos clientes de pessoas do mesmo setor. O networking pode ser offline ou online, saiba como agir em cada situação.
O networking pode lhe auxiliar a ter alguém como um mentor, lhe dando insights e conselhos sobre seu negócio e carreira profissional. ele deve ter um propósito.
Mudando de assunto, para pessoas introvertidas, sugiro buscar ajuda profissional para superar essa dificuldade, ou mesmo criar coragem, dar as caras, superar o medo e ir em frente.
Fechando o assunto, o networking bem feito é capaz de trazer resultados extraordinários, seja a nível profissional ou pessoal. Sabemos que na rotina empresarial temos muitas tarefas pela frente, a necessidade de adquirir conhecimentos e habilidades. Mas é fundamental se dar bem com outras pessoas, conhecê-las, e aprender com elas.
O networking é uma ferramenta que requer ação, desenvoltura, desprendimento. É preciso sair da sua zona de conforto, agir com inteligência, se auto conhecer e conhecer o mundo à sua volta. Nem todas as pessoas estão dispostas a se abrir a um desconhecido, mas é necessário seguir adiante, existem diferentes mindsets por aí.Procure pessoas expansivas, humildes, confiáveis. Você vai esbarrar em todo tipo de indivíduo com ambições diferentes da sua, que podem não estar dispostos a criar vínculos. Mas eles são a minoria, portanto, aposte em você, busque conhecimento, se prepare, ajuste suas velas, vá em frente. Se torne conhecido, busque pessoas importantes e nem tão importantes, e contribua com todas elas.