21 Jul
21Jul

Uma revolução tecnológica que alterou completamente o modo como nós vivemos e a sociedade é a utilização de energia elétrica para diversos fins. Através da eletricidade, demos um passo importante para criarmos um mundo mais confortável. Com inovações a todo o momento, podemos dizer que a civilização passou da era das trevas há apenas alguns séculos. E o caminho que temos pela frente é bastante promissor.

Em nosso passado neandertal, iluminamos nossas casas através de velas feitas de sebo animal, cera de abelha ou lamparinas à óleo. Você já deve ter visto filmes da idade média ou de tempos ainda recentes com lamparinas para todos os lados no meio da noite. Quando vejo isso eu penso no grande consumo desses produtos, achava ser impossível ser daquele jeito, mas era a realidade, era preciso meios de viver bem em uma noite escura.

A iluminação à gás surgiu depois, no final do século XVIII, na Europa, mas era perigosa, qualquer erro poderia fazer a casa que a utilizasse, literalmente explodir. Aliás, o gás também era utilizado nestas residências para produzir calor em tempos de inverno. Vale ressaltar que era mais comum na iluminação pública. É uma fonte natural não renovável até hoje presente, que possui benefícios e pontos negativos.

O cientista americano Thomas Edison inventou a primeira lâmpada elétrica possível de ser comercializada em 1879. Foi uma evolução e tanto, algo sem precedentes na história da civilização humana. Sua luz era forte e brilhante, bastante segura, o que levou a construção de sistemas de geração e distribuição de energia elétrica em larga escala, em todo o mundo. As primeiras usinas utilizavam o carvão para gerar vapor e movimentar as turbinas.

Avanço tecnológico

Inovações no setor puderam trazer mais benefícios para a população, a engenharia e a ciência contribuíram exponencialmente para a utilização de uma diversidade impressionante de fontes energéticas, como as usinas hidrelétricas, a solar e a eólica, sem falar nas temidas usinas atômicas. A eletricidade e as lâmpadas iluminaram o mundo, o homem deixou de trabalhar apenas durante o dia e passou a se dedicar a outras tarefas à noite.

A indústria se beneficiou dessa revolução energética, houve um aumento na produtividade, alteração no modo como trabalhamos, houve um aumento da segurança nas grandes cidades, e nas residências da população. Os eletrodomésticos apareceram como uma febre mundial. Foram criados o ferro elétrico, a torradeira, aspirador de pó, a máquina de lavar, o refrigerador elétrico (geladeira), e muitos outros produtos hoje indispensáveis, sem contar nos inovadores carros elétricos atuais.

A eletricidade também fomentou o desenvolvimento de equipamentos de outras áreas, como o rádio, criado por Nikola Tesla e Guglielmo Marconi, permitindo a comunicação sem fio, possibilitando sua utilização para o entretenimento em massa. O telefone de Alexander Graham Bell também entra nesta lista. 

Agora, os motores elétricos industriais foram amplamente utilizados, presentes em quase todas as fábricas, após o desenvolvimento do sistema de corrente alternada (CA), novamente invenção de Tesla e George Westinghouse. A produção se tornou automatizada da noite para o dia, trazendo para o mundo a Segunda Revolução Industrial.

Com a energia elétrica, produzida e distribuída pela hidroelétricas, as inovações tecnológicas se tornaram constantes, a vida humana se transformou. Podemos dizer que ela influenciou o modo como trabalhamos, a indústria de todos os setores econômicos, e até mesmo o entretenimento e a comunicação. Ela instigou o progresso no século XX e continua até hoje, em 2025, influenciando nossas vidas.

Usinas Hidroelétricas 

O início de todo esse progresso se deu em Appleton, Wisconsin, nos Estados Unidos, no ano de 1882, com a primeira usina elétrica a entrar em operação em todo o mundo. Ela se chamava Vulcan Street Plant. Ela utilizava a força do Rio Fox para gerar eletricidade e era empregada por uma indústria de papel, e alguns edifícios e residências próximas.

A aplicação da água para gerar energia elétrica se espalhou pelo planeta. No Brasil houve a construção da primeira hidroelétrica de grande porte, chamada de Marmelos Zero, em Juiz de Fora, Minas Gerais, no ano de 1889. As grandes cidades sentiram o efeito dessa inovação tecnológica, com a expansão da iluminação pública, e residencial. 

O horário de funcionamento de fábricas e comércio se expandiu. Além dos já citados eletrodomésticos, desenvolveu-se sistemas de transportes como bondes elétricos e metrôs, facilitando a mobilidade urbana. As hidrelétricas fornecem energia limpa, renovável, a um baixo custo operacional depois que são construídas.

No entanto, existem alguns pontos negativos em sua utilização, como a necessidade de se construir barragens e reservatórios, o que pode causar o alagamento de áreas enormes, alterando a natureza do local, com a perda da biodiversidade terrestre, e aquática. O deslocamento de comunidades indígenas e a imersão de patrimônios históricos e culturais também são considerados um problema sério.

Matrizes elétricas brasileiras ao longo do tempo

O Brasil é um país rico em recursos hídricos, com a energia movida por hidrelétricas como a Usina Hidroelétrica Itaipú, junto ao Paraguai, e a do Rio Tietê, ela se tornou a matriz elétrica mais utilizada no país. O desenvolvimento industrial e urbano se aproveitaram deste fato. O problema é que em períodos de seca, bastante comuns, houve a necessidade de se buscar por uma diversificação, além das fontes termelétricas que são poluentes e caras.

A partir do ano 2000, observou-se a necessidade de se fazer uma transição de matrizes energéticas, considerando-se também as mudanças climáticas que ocorreram a nível mundial. Políticas públicas e incentivos fiscais focaram no desenvolvimento de novas energias renováveis, como a eólica, aproveitando os ventos da região nordeste, e a solar fotovoltaica, que se beneficiou com a queda no custo dos equipamentos.

Hoje a utilização de fontes energéticas renováveis são mais harmônicas no país, a hidrelétrica é ainda a mais utilizada, mas elas se complementam, permitindo que o Sistema Interligado Nacional (SIN) se torne estável. Mas para tal, é necessário um gerenciamento estratégico, já que os ventos e a luz solar são intermitentes e a água precisa ser armazenada. É preciso uma maior integração entre as partes e uma transmissão eficiente.

Investimento em infra-estrutura

O poder público deve investir na infraestrutura do país e em alta tecnologia, para possibilitar a integração entre as matrizes energéticas. Atualmente é possível utilizar redes inteligentes, e sistemas de armazenamento de energia, capazes de otimizar o fluxo e a distribuição, para que a eletricidade chegue às residências, cidades e indústrias do país.

O Brasil pode no futuro ter um papel fundamental como protagonista global nesta transição energética. Além da energia eólica e solar, há uma aposta em fontes como a biomassa e o hidrogênio verde. Todas essas fontes são renováveis, limpas e seguras. É preciso investir, regulamentar, e garantir que essa evolução traga um maior desenvolvimento econômico, acessível a toda a população brasileira.     

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