Uma empresa que deseja crescer, obter resultados sustentáveis, deve pensar não apenas na negociação de seus produtos e serviços. É preciso ficar atento às operações e processos no dia a dia. Para que tudo ocorra bem, os colaboradores, sua equipe, devem ter uma boa relação entre si, garantindo um ambiente harmônico para o trabalho.
São tantos obstáculos que aparecem na gestão de uma organização, como a alta concorrência, economia do país, os altos impostos, que a última coisa que o empresário quer é um conflito entre seus funcionários. O que ele realmente deseja, é que todos estejam atentos aos objetivos do negócio, que eles vistam a camisa da empresa.
O setor de recursos humanos deseja recrutar e reter os maiores talentos disponíveis no mercado, que possam contribuir efetivamente com o sucesso empresarial. Neste sentido, é preciso pensar em algumas habilidades importantes, como a capacidade de negociação e resolução de conflitos. Pode-se dizer que um bom líder deve possuí-las.
Por mais que as pessoas desejam trabalhar em um local pacífico, hostilidades no ambiente corporativo acabam sendo inevitáveis. Pode haver choques de personalidade, diferenças éticas, falha na comunicação, disputa por recursos, ambiguidade de papéis. Um funcionário pode ser acusado de ter roubado uma ideia de seu colega, levando a um conflito sério.
Como as pessoas são diferentes entre si, é normal que em um local de trabalho, ao se encontrarem na rotina do escritório, elas tenham um desentendimento, seja por possuírem visões, experiências ou interesses discrepantes. Para resolver qualquer problema, é preciso gerenciar os atritos, que podem atrapalhar a produtividade e o crescimento do negócio.
Se a hostilidade entre funcionários não for resolvida rapidamente, o ressentimento entre colaboradores pode virar uma bola de neve, um ciclo vicioso, com a repetição de desavenças, influenciando inclusive outras pessoas que trabalham no local. Haverá uma queda na motivação, desgosto com o trabalho e perda de talentos valiosos para a empresa.
As causas dos conflitos podem não ser apenas divergência de opiniões sobre projetos, alocação de recursos financeiros, diferenças de personalidade e de expectativas. Um problema sério que afeta muitas empresas é a de poder e hierarquia. Deve-se conduzir as hostilidades com soluções criativas, e compreender as diferenças de perspectivas.
O relacionamento entre a equipe precisa ser fortalecido, e a abordagem do conflito e a maneira com é feita, é um aspecto importante a ser mencionado, trabalhado e estudado. Portanto, saber negociar é fundamental em uma situação hostil dentro do escritório. Se houver brigas a todo o momento, o sucesso do empreendimento estará em jogo.
A negociação pode ser considerada uma arte, através dela se consegue os melhores acordos, seja com colegas, sobre prazos, com fornecedores sobre contratos, com clientes em relação aos serviços oferecido,s e mesmo com o superior, em busca de uma promoção, aumento de salário, e a solicitação de um período de descanso, de férias.
Ela se dá quando duas partes ou mais procuram entrar em um acordo mútuo, aceitável por todos, sobre um ou vários interesses. Para que a negociação seja feita de forma eficiente, é importante que se utilize algumas técnicas e abordagens. O desenvolvimento dessa habilidade é essencial não apenas para o profissional, mas para a organização.
A preparação antes de uma negociação pode garantir seu sucesso. Inicialmente, devemos observar quais são seus objetivos, limites e alternativas. Elas fazem parte do chamado Best Alternative to a Negotiated Agreement - Melhor Alternativa para um Acordo Negociado (BATNA). É preciso antecipar interesses, preocupações e objeções da outra parte.
A escuta ativa entra em ação, trazendo uma ampla vantagem ao negociador, já que a maioria das pessoas estão mais preocupadas em falar do que ouvir. Prestar atenção ao que o outro lado está dizendo tanto verbalmente, quanto na linguagem corporal, demonstra respeito, e pode auxiliar a identificar os verdadeiros interesses em jogo.
É interessante manter o foco durante uma negociação, nos interesses e não nas posições (o que as pessoas dizem que querem). Por trás desse desejo, há necessidades, medos, preocupações. Para se ter sucesso é preciso entender os interesses da outra parte, para que se possa encontrar soluções criativas onde a necessidade de todos sejam satisfeitas.
Não se deve ficar preso a posições rígidas. A comunicação deve ser clara e assertiva, concisa e respeitosa. A última coisa que deve acontecer em uma negociação é uma parte ser agressiva. No momento em que for expressar sentimentos, deve-se evitar palavras como “você”. Não se pode dizer “você me faz sentir frustrado” e sim, “eu me sinto frustrado”.
Você já deve ter ouvido falar na expressão "ganha-ganha", é a busca por ganhos mútuos, onde as partes envolvidas saem satisfeitas em uma negociação. O objetivo é achar soluções que satisfaçam todos os interesses. Dessa maneira, há um fortalecimento da confiança, e uma consolidação do relacionamento a longo prazo.
Em uma negociação, a flexibilidade e criatividade são partes essenciais, é preciso estar aberto a várias possibilidades e pontos de vista. A exploração de diferentes opções e o pensamento fora da caixa facilitam o encontro de soluções eficazes, onde o interesse de todas as partes será atendido, não se pode ser rígido ao fechar um acordo.
Em momentos de tensão crescente, e a negociação direta não consegue resolver o problema, a resolução de conflitos deve entrar em ação, é importante usar abordagens e técnicas estruturadas. Muitas delas tiveram sua eficiência comprovada com o passar dos anos, portanto, é necessário aplicá-las em situações de hostilidades.
A mediação se relaciona com a presença de uma terceira pessoa, que deve agir com imparcialidade. O mediador irá facilitar a comunicação entre as partes hostis. Deve-se observar que ele nem irá decidir nem impor soluções. O que ele irá fazer é auxiliar os envolvidos a explorar seus interesses, encontrar pontos em comum, e fazer seu próprio acordo. essa abordagem é considerada colaborativa e confidencial.
Se for preciso uma maior formalidade na solução de conflitos, um árbitro deve entrar em jogo. Neste caso, é uma pessoa neutra, que ouve as evidências de ambas as partes, e depois de uma reflexão profunda, irá tomar uma decisão. Deve estar presente em situações onde os envolvidos não conseguem chegar a um acordo.
A facilitação possui características semelhantes à mediação. Porém, ela é utilizada em grupos maiores e equipes. O facilitador procura manter os envolvidos em foco, gerencia as discussões, até chegar a um consenso. É uma boa alternativa em situações onde há opiniões díspares, mas não necessariamente um grave conflito.
A empresa deve perceber a importância de realizar treinamentos regulares na resolução de conflitos, é preciso que seu quadro de funcionários desenvolvam capacidades de comunicação, empatia e negociação. Essa é a maneira correta dos colaboradores prevenirem hostilidades, antes que se tornem uma bola de neve.
Neste sentido, a empresa deve estabelecer políticas e procedimentos claros, com diretrizes para que haja uma resolução eficiente das disputas dentro do ambiente corporativo. Essa questão deve estar presente nos canais de comunicação e processos, para que se possa relatar eventuais problemas, e realizar a abordagem correta. Os conflitos devem ser solucionados de uma forma justa e consistente.
O gerenciamento de uma equipe deve ser feito de maneira eficaz e um bom líder é um agente apoiador da empresa, que irá garantir que tudo esteja bem, buscando a solução de conflitos de uma maneira construtiva, procurando o bem estar dos envolvidos. É preciso dar o exemplo, mostrar habilidades de negociação e resolução de problemas.
Os funcionários envolvidos precisam perceber que há um incentivo à comunicação aberta, eles devem se sentir seguros para se expressar, apresentando suas próprias opiniões e preocupações, não deve haver retaliação à quaisquer divergências Deve haver um discernimento de quando intervir e quando permitir que as partes resolvam o conflito.
A empresa e o líder devem reconhecer o momento em que é preciso oferecer treinamento no desenvolvimento de habilidades de negociação, e resolução de conflitos para a equipe. Aos que demonstram as habilidades certas, na resolução de hostilidades de forma positiva, é indicado que haja uma certa recompensa, e reconhecimento ao funcionário.
Muito mais do que um grupo de técnicas estabelecidas, a negociação e resolução de conflitos, de hostilidades dentro de uma empresa, devem ser consideradas uma mentalidade, um mindset que permite um mútuo entendimento. Para que o ambiente corporativo seja harmonioso, é preciso valorizar perspectivas diferentes.
O ideal é que se busque por soluções que possam beneficiar a todos os envolvidos. A pessoa que conseguir dominar essas habilidades, e mesmo a organização, irão transformar os conflitos em oportunidades de desenvolvimento, os relacionamentos se fortalecem, um aumento na eficiência e produtividade, ativos que toda companhia de sucesso deve possuir.